Procedimentos de estética íntima: o que é permitido ao Enfermeiro Esteta e como abordar o tema com ética

A busca por bem-estar e autoestima tem levado cada vez mais pessoas a procurarem procedimentos de estética íntima. Tratamentos para clareamento, hidratação, firmeza e rejuvenescimento da região genital tornaram-se comuns em clínicas estéticas – e os enfermeiros estetas têm buscado se especializar para atender a essa demanda com ética, técnica e segurança.
Mas, afinal, o que é permitido ao Enfermeiro Esteta nesse campo? E como abordar um tema tão delicado com respeito e profissionalismo?
Índice
O que são procedimentos de estética íntima?
Procedimentos de estética íntima são o conjunto de tratamentos realizados na região genital externa — vulva, virilha e monte pubiano, no caso das mulheres — com o objetivo de melhorar o aspecto visual, a qualidade da pele, a hidratação e a autoestima da paciente. É importante destacar que não se trata de procedimentos invasivos ou cirúrgicos, mas sim de terapias não médicas e voltadas ao conforto e bem-estar.
Dentre os principais procedimentos de estética íntima, estão:
- Clareamento genital com peelings e despigmentantes;
- Hidratação da pele com ativos como ácido hialurônico;
- Bioestimuladores para flacidez na região da virilha;
- Microagulhamento e drug delivery para melhora da textura;
- Ozonioterapia vaginal (em técnicas externas ou autorizadas).
O que o Enfermeiro Esteta pode fazer?
De acordo com a Resolução Cofen nº 573/2018, o enfermeiro pode atuar com procedimentos estéticos não invasivos e minimamente invasivos, desde que tenha qualificação específica e esteja respaldado pela legislação profissional.
No caso da estética íntima, o Enfermeiro Esteta pode atuar em protocolos que envolvam:
- Aplicação tópica de produtos clareadores, hidratantes ou renovadores celulares;
- Peelings químicos superficiais específicos para a região;
- Técnicas de microagulhamento com dispositivos apropriados;
- Uso de laser ou LED de baixa potência, quando habilitado;
- Aplicação de bioestimuladores injetáveis autorizados, quando realizados com segurança e dentro das diretrizes éticas da prática.

É fundamental que o profissional tenha formação teórica e prática adequada, domínio anatômico da área e atenção redobrada às questões de assepsia, acolhimento e ética.
Como abordar o tema com ética e sensibilidade
A estética íntima exige não apenas conhecimento técnico, mas também empatia, escuta ativa e comunicação cuidadosa. Muitos pacientes têm vergonha de falar sobre o assunto ou associam a procura por esses procedimentos a tabus e julgamentos. Por isso, o papel do Enfermeiro Esteta vai além da execução: é também educacional e acolhedor.
Durante a anamnese, o ideal é criar um ambiente seguro e respeitoso. O profissional pode usar perguntas abertas e neutras, como:
“Você sente algum incômodo estético na região íntima que gostaria de tratar com segurança?”
“Você já ouviu falar de tratamentos não invasivos para melhorar o conforto íntimo e a autoestima?”
Evitar termos pejorativos, julgamentos ou expressões de surpresa é essencial para não constranger o paciente. O consentimento livre e esclarecido deve ser ainda mais enfatizado nesses casos, com explicações claras sobre a técnica, os benefícios, os possíveis desconfortos e os cuidados pós-procedimento.
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Também é essencial garantir que os procedimentos sejam realizados em espaços com privacidade, com lençóis descartáveis, iluminação adequada e um clima de acolhimento. Caso o paciente se sinta mais confortável, pode ser oferecida a presença de uma acompanhante durante o atendimento.
Cuidados legais e registro profissional
Todo procedimento deve estar documentado na ficha de avaliação estética, com assinatura do termo de consentimento e registro fotográfico com autorização expressa. O Enfermeiro Esteta deve manter atualizados seus registros no Cofen e, quando necessário, procurar pareceres técnicos que orientem sua atuação com mais precisão.
É válido lembrar que o enfermeiro não pode realizar intervenções ginecológicas, diagnósticos ou prescrições que extrapolem os limites da Enfermagem Estética. Procedimentos como preenchimento dos grandes lábios com cânula, por exemplo, estão em zonas de fronteira legal e exigem cautela, formação sólida e embasamento em resoluções.
A estética íntima é uma área crescente que pode ser abordada de forma ética e profissional por enfermeiros estetas capacitados. Com conhecimento técnico, empatia e atenção às normas legais, é possível oferecer um cuidado humanizado e transformador para pacientes que desejam mais conforto, beleza e autoestima. Afinal, cuidar da estética íntima também é cuidar da saúde emocional e do bem-estar integral.
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