Dra Railda se divide entre plantões e estudos para trilhar sonho na Enfermagem Estética
Depois de vinte anos trabalhando dentro de hospitais, a Dra Railda Aires decidiu começar sua carreira na Enfermagem Estética. O principal motivo era o esgotamento, principalmente após a pandemia do Covid-19.
Quando escolheu a enfermagem, a pós-graduanda estava buscando proporcionar melhores condições ao seu filho. Hoje, a mudança de atuação é pelo seu próprio bem-estar e qualidade de vida.
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Enfermagem Estética: um caminho para ter qualidade de vida
O peso dos plantões e o cansaço físico, mental e emocional, começaram a mostrar seus efeitos na saúde da Dra. Railda há algum tempo. Mas o esgotamento veio somente com a pandemia do covid-19.
Apesar de anos de estudos para ter um destaque dentro da sua área de atuação, trabalhando em um grande hospital em uma das principais avenidas de São Paulo, a pós-graduanda já não via mais sentido no que fazia.
“Ver pessoas doentes, tratar doença, não era o que eu queria. Não dava mais. Com a pandemia, o nosso trabalho triplicou. Enquanto muitos ficaram em casa, nós estávamos ali, trabalhando. Tivemos que nos desdobrar”.
Na busca por um novo campo de atuação, a Dra Railda começou a pensar que queria promover em seus pacientes o que ela recebia quando fazia procedimentos estéticos.
“Principalmente quando envelhecemos, começamos a dar mais valor na estética. É uma aplicação de toxina botulínica aqui, um preenchimento ali, você se sente bem, melhor…e foi assim que percebi que era isso que eu queria fazer, não deixar uma pessoa bonita, mas devolver a felicidade para ela”.
Em 2017 então, a Dra decidiu iniciar a pós-graduação no Nepuga. Mas parou seus estudos por uma resolução do Conselho de Enfermagem que proibia os profissionais de Enfermagem Estética aplicarem injetáveis.
“Quando eu escolhi a estética, um dos motivos era porque eu, como enfermeira, poderia trabalhar com uma coisa que amo, as agulhas. Só que o conselho não permitiu que nós aplicássemos toxina botulínica, então eu fiquei desmotivada e decidi parar a especialização. Não fazia sentido”.
Sem saber da regulamentação do Cofen, que habilita especialistas em Enfermagem Estética a realizarem procedimentos minimamente invasivos e injetáveis, a Dra Railda retomou a pós-graduação por ver na estética, a única possibilidade de bem-estar.
“Com a pandemia, quem trabalhava na linha de frente teve muito trabalho. É muito desgastante, muito difícil. E se já estava cansada antes, isso aumentou.Porque quem é enfermeiro tem que lidar com muita gente: médico, técnicos, paciente, acompanhantes, outros colaboradores… e de noite, diminui o número de funcionários e você se sobrecarrega. Não dava mais. E a Estética, além de ser algo que eu gosto, é a área que me permite atuar na minha profissão, mas fora de hospital”.
Como havia parado os estudos há tempos, quis retomar desde o início, independente de ter que estudar novamente as mesmas disciplinas. Voltou a cursar a especialização em Enfermagem Estética.
E para estudar, não foi fácil. Novamente a Dra Railda se desdobrou para conciliar outras responsabilidades com a busca do seu objetivo: a mudança de vida.
Esforço e dedicação para alcançar o seu sonho
A escolha por estudar novamente só surgiu quando a Dra. Railda teve o seu filho. Empenhada em oferecer condições melhores a ele, começou o seu curso técnico em enfermagem.
Com a sua dedicação e esforço, ganhou destaque onde trabalhava e deu início à sua graduação em enfermagem. Depois desse período, não parou mais de estudar, sempre em busca de oferecer o melhor, não mais ao seu filho, mas aos pacientes que tratava nos hospitais.
Entretanto, toda a sua dedicação e esforço, por mais gratificante e valorizada que fosse, a Dra. começou a sentir que ainda não tinha encontrado o seu propósito. Não via mais felicidade em seu trabalho e se sentia cada vez mais esgotada.
Novamente, se viu em busca de uma nova especialização, para que pudesse, dessa vez, oferecer o melhor para uma das pessoas mais importantes de sua vida: ela mesmo.
Na Enfermagem Estética, encontrou a oportunidade de unir a sua qualidade de vida com a promoção da saúde de seus pacientes e ainda, ter um bom retorno financeiro. Mas para isso, precisou se esforçar muito.
“Nada vem fácil. Eu sei disso e por isso estou aqui hoje. Quando eu voltei pra Estética, estava decidida a sair dos hospitais. Não quero mais trabalhar com doença, não aguento mais esse cansaço. Mas para conseguir o que eu quero, preciso me esforçar. Hoje é um dia como os outros que venho estudar: virada, após plantões exaustivos.”
E para aguentar os dias intensos de estudos e de trabalhos, ela aproveita as pausas para descansar.
“Eu venho cansada dos plantões e faço escolhas: durmo ou como. Na maioria das vezes, prefiro dormir. Descanso um pouco e estou pronta para estudar. E mesmo cansada eu venho, porque eu sei o quão desgastada e estressada do meu serviço estou, então é uma motivação!”
Qualidade de vida: o retorno mais esperado
O trabalho exaustivo dos plantões dentro dos hospitais, além do peso de trabalhar com doenças, permitiam que a Dra Railda tivesse pouco convívio social e principalmente, pouco tempo para tratar da sua saúde.
“Eu chego do hospital morta. É assim que me sinto. Ali te esgota tanto, te suga, que você acaba um plantão e só quer deitar na cama e acabou. Depois é outro dia e você volta para o hospital. Não tem vida”.
Com a estética, encontrou a possibilidade de trabalhar, mas ter tempo para cuidar de si mesma, se manter saudável e descansar.
“Mesmo que agora eu esteja me esforçando bastante, eu sei que lá na frente eu terei um retorno. Vou conseguir trabalhar com flexibilidade de horários e claro, ter um bom retorno financeiro”.
A mudança de carreira
Mesmo sem concluir a pós-graduação, a Dra Railda já está atuando na área. Com as aulas práticas dentro das unidades escolas, que têm estruturas similares às clínicas de estética avançada, ela desenvolveu habilidades e se sentiu segura para atuar.
“Eu saio dos plantões, saio daqui e faço alguns procedimentos injetáveis. É o começo, necessário para que eu tenha mais experiência e conhecimento também.”
Para a Dra. esse passo também é importante para fazer a troca de carreira da melhor forma, por permitir conhecer o mercado e ter segurança financeira ao sair completamente do hospital.
Outro ponto vantajoso é que atuar antes de finalizar a pós-graduação, dá a possibilidade do especialista em Enfermagem Estética divulgar o seu trabalho e já planejar o seu consultório.
“Eu quero empreender, trabalhar para mim, fazer os meus horários e sei que primeiro, preciso de experiência. Então, esse já é um caminho para que eu possa atingir o meu objetivo. Hoje me dedico e me esforço, amanhã eu colho o retorno”.
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